Assinalando o Dia Mundial do Livro, é indispensável constatar as tremendas dificuldades com que se depara quem nele trabalha:
– as condições económicas e materiais do escritor, sendo poucos os que conseguem viver apenas com um rendimento decorrente da escrita e notórias as dificuldades que enfrentam para receber os seus direitos de autor;
– a situação na edição, com dois grupos monopolistas, e na distribuição, onde uma grande cadeia, uma multinacional francesa e os hipermercados dominam, o esmagamento que fazem às pequenas editoras e livrarias no plano da comercialização – a par da famigerada lei das rendas -, com todas as consequências que daí advêm no plano da diversidade e na uniformização do gosto, do que se pensa e até no que se pensa. Não deixa de ser sintomático que, para assinalar o Dia Mundial do Livro, uma das empresas que domina o mercado da distribuição decida oferecer aos seus leitores promoções ilegais, na ordem dos 20 a 50%, incluindo em novidades, violando assim impunemente, mais uma vez, a Lei do Preço Fixo.