Do número de Outubro do jornal, fundado em 1979, transcrevemos o seu editorial, assinado por José Lança-Coelho:
“Este nosso número de «A Voz de Paço de Arcos» é dedicado a Armando Caldas, um grande homem de teatro, actor e encenador.
Fundador do «1º Acto», em Algés, ainda antes da Revolução de 25 de Abril de 1974, querestituiu a Liberdade e a Democracia ao país, tendo tido graves problemas com a famigerada PIDE de má memória, que lhe vigiava os espectáculos, procurando obter informações acerca da identidade dos frequentadores do pequeno teatro de bolso, e com a Censura dos coronéis do lápis azul, que lhe cortava
partes significativas dos textos a representar; Armando Caldas, veio depois da noite redentora, a constituir nova companhia com o nome de «Intervalo», que actua no Teatro Lourdes Norberto, em Linda-a-Velha, palco por onde têm passado peças dos grandes nomes da dramaturgia nacional e internacional.
São, também, de referir as interessantes «Semanas Culturais» que, leva a efeito, anualmente, na chamada «rentrée», onde homenageia vultos de todos os campos da cultura e do espectáculo.
Muito havia a dizer deste homem que respira teatro, mas como o espaço escasseia, aqui ficam os nossos votos para que continue a sua meritória obra, por muitos e bons anos. Obrigado Armando!
A fechar, uma palavra de pesar pelo falecimento do Capitão Mário Wilson, capa e assunto do nosso número 2, a cuja família, «A VPA» apresenta as suas condolências.
José Lança-Coelho