O SITAVA divulgou um comunicado aos trabalhadores que começa: "Greve geral, para quê, porquê? Perguntarão uns por distracção, outros para ajudar a baralhar. Os trabalhadores portugueses, 33 anos pós o 25 de Abril, têm razões que devem ser escutadas e têm uma opinião que deve ser respeitada. Já lá vão 33 anos, mas não esquecemos os nomes daqueles que assumiram a responsabilidade da governação do nosso país." |
GREVE GERAL – 30 DE MAIO
Greve geral, para quê, porquê? Perguntarão uns por distracção, outros para ajudar a baralhar.
Os trabalhadores portugueses, 33 anos pós o 25 de Abril, têm razões que devem ser escutadas e têm uma opinião que deve ser respeitada. Já lá vão 33 anos, mas não esquecemos os nomes daqueles que assumiram a responsabilidade da governação do nosso país.
Dois anos de Governos provisórios, entre 1974 e 1976, tendo como Primeiros-ministros Palma Carlos, Vasco Gonçalves e Pinheiro de Azevedo.
Seguiram-se 31 anos decisivos para o desenvolvimento de Portugal, com 17 Governos Constitucionais, repartidos pelos Primeiros-ministros Mário Soares, Nobre da Costa, Mota Pinto, Maria de Lurdes Pintassilgo, Sá Carneiro, Pinto Balsemão, Mário Soares, Cavaco Silva, António Guterres, Durão Barroso, Santana Lopes e agora José Sócrates.
E feito este percurso, e depois de 21 anos de adesão à Comunidade Europeia, com o manancial de ajudas, de fundos estruturais, de fundos de coesão, etc., etc., que daí decorreram e de que o país poderia ter beneficiado, depois dos recorrentes apelos aos sacrifícios, à estabilidade governativa, tudo o que têm para oferecer a este País é:
– Redução do poder de compra dos salários
– Aumento generalizado do custo de vida
– Eliminação dos nossos direitos
– Desarticulação e esvaziamento dos conteúdos funcionais com vista à precarização do trabalho
– Políticas de trabalho reeditadas assentes em baixos salários
– Ataques e bloqueios à contratação colectiva.
– Aumento substancial do trabalho precário
– Continuada injustiça na distribuição da riqueza
– Redução das pensões de reforma
– Maior taxa de abandono escolar precoce da EU
– Destruição de serviços públicos com graves reflexos na Saúde, Educação, Justiça, etc.
– Retorno à emigração de largas camadas da população
– Grupos económicos a facturarem milhões, com o sector financeiro à cabeça, em contraste com o endividamento crescente das famílias
Não obstante este panorama caótico, continuam a pretender brindar-nos com mais uma revisão do Código de Trabalho que vai no sentido de agravar de uma forma substancial as condições de vida de quem trabalha, como sejam, a liberalização dos despedimentos sem justa causa, a mobilidade geográfica e funcional, a desregulamentação de horários, a polivalência de funções, etc. etc.
Será que restam dúvidas quanto à justeza, à necessidade, ao carácter imperioso de aderirmos em massa à Greve Geral de 30 de Maio? Ou será preferível aguardar mais 17 Governos para ver o que acontece?
A PARTICIPAÇÃO DE TODOS É FUNDAMENTAL
LUTAR HOJE PARA GARANTIR O FUTURO
UNIDOS SOMOS MAIS FORTES