A Direcção da Organização Regional de Lisboa do PCP, na sua reunião de 9 de Julho, analisou a situação social e económica e os desenvolvimentos políticos com incidência no distrito de Lisboa, definiu como principais linhas de intervenção: mobilizar e dirigir os trabalhadores e o povo para prosseguir à luta contra a política de direita e pela construção de uma alternativa patriótica e de esquerda, luta essa que se deve expressar com especial incidência nas empresas e locais de trabalho e na acção das populações, e que tem, no momento actual, a batalha das eleições legislativas como um ponto central; reforçar a organização e a intervenção do Partido; contribuir para o sucesso da 39a Festa do Avante!.
1. Desmentindo, com a força da realidade, a propaganda dos partidos do Governo e as afirmações cúmplices de Cavaco Silva, a situação social dos trabalhadores e do povo no Distrito agrava-se, designadamente com: o desemprego (pese embora os números subavaliados pelos critérios oficiais), o trabalho altamente precário, os baixos salários e a emigração em massa; o ataque aos serviços públicos nomeadamente com a redução e desarticulação de transportes públicos, as crescentes dificuldades de acesso ao Serviço Nacional de Saúde e a falta de profissionais, como recentemente o PCP denunciou em relação ao Centro Hospitalar Lisboa Ocidental; a redução do número de beneficiários de apoios sociais, entre outros, para os trabalhadores desempregados, os idosos e as famílias.
A força da realidade demonstra também as consequências da política de direita no plano económico com: a destruição dos postos de trabalho; a falta de crescimento na criação de riqueza; a oferta do património público aos grandes interesses privados como sucede com as privatizações; uma estrutura económica débil, que no distrito de Lisboa e em especial na capital, se procura esconder por trás do turismo da moda em que se apresenta uma cidade maravilhosa porém cada vez menos acolhedora para quem nela vive ou trabalha.
A DORL do PCP no seguimento da Marcha contra a Privatização dos Transportes apela aos trabalhadores e à população para que continuem em luta contra a privatização da TAP, da Carris, do Metropolitano de Lisboa, da EMEF (Manutenção da CP) e da CP Carga, assim com da EGF e do Oceanário, cujos processos ainda decorrem. Denuncia ainda a fúria privatizadora do Governo que, adivinhando a derrota eleitoral que o espera, tenta garantir enormes lucros ao grande capital.
Na cidade de Lisboa o PS prossegue o que o Governo faz no país como demonstram os processos de venda a retalho do Parque de Monsanto, da privatização do Pavilhão Carlos Lopes e dos projectos anunciados sobre os chamados jardins de Santa Apolónia que na verdade significariam a destruição da estação, o fim do comboio na zona oriental da cidade e a entrega daquele espaço à especulação imobiliária num projecto muito mais vasto que engloba toda a zona ribeirinha, incluindo a linha ferroviária entre Algés e o Cais do Sodré e o Porto de Lisboa.
O direito à água, que há vários anos vem a ser posto em causa, sofre agora novo ataque. O Governo tenta avançar com a “reestruturação” das Águas de Portugal visando criar escala de negócio que permita a sua posterior privatização. Simultaneamente, ocorrem desenvolvimentos em concelhos como a Azambuja que, depois de proceder à concessão das águas, o PS vem agora renegociar com a empresa concessionária a atribuição de mais vantagens. Uma e outra medida acarretarão aumentos significativos nos custos para as populações.
Perante tal cenário económico e social a DORL do PCP identifica os responsáveis pela execução da política de direita. PS, PSD e CDS são responsáveis não só pelas políticas que até aqui concretizaram e que condenam os trabalhadores e o povo a uma situação cada dia mais difícil, mas preparam-se, para ser também, responsáveis pelo agravamento dessas políticas, tal como anunciam, embora embrulhadas em promessas eleitorais.
2. No distrito de Lisboa, é hoje possível avaliar os efeitos desastrosos da política de direita.
Não é porém possível avaliar até onde esta teria chegado se não se tivesse elevado a patamares históricos a luta de resistência dos trabalhadores e do povo. A DORL do PCP saúda a força e combatividade dos trabalhadores das empresas do grupo Águas de Portugal com destaque para a Valorsul, a EPAL e a Sintejo; da BA Vidro, da Vitrohn, da Panrico e da Restflight; das Misericórdias, do Hospital de Alcoitão e dos Museus, do município de Sintra, da função pública no sector da saúde, dos professores, dos enfermeiros e da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública; da TAP e da Portugália, da Portway, da SPdH, da CP Carga, da EMEF, da Carris e do Metropolitano de Lisboa. Saúda ainda os trabalhadores e criadores artísticos e a realização da iniciativa “A Cultura em Luta” que envolveu mais de 60 organizações. O PCP incentiva os trabalhadores a prosseguir a sua acção determinada em defesa dos seus direitos e aspirações e apela à participação na acção da CGTP-IN convocada para a Assembleia da República no próximo dia 22 de Julho às 11h.
3. A DORL do PCP alerta todas as mulheres e homens progressistas e apela à sua mobilização para rejeitar e combater a mesquinha manobra de desrespeito pela dignidade da Mulher que os partidos do Governo estão a desenvolver em torno da IVG. Desavergonhadamente evocando princípios de igualdade no pagamento das mal chamadas taxas moderadoras o que verdadeiramente tentam fazer é recuar na história e voltar a impor o medo, a vergonha e o drama da morte resultante do aborto clandestino.
4. A DORL do PCP destacou o enorme significado da “Marcha Nacional A Força do Povo”, organizada pela CDU, como expressão de uma vontade e empenho na construção de uma alternativa política para o país e um importante estímulo a que se desenvolva uma campanha eleitoral de massas que prossiga o processo de luta dos trabalhadores e do povo. Esclarecer, mobilizar e organizar a luta que terá um momento de voto no acto das eleições, mas que necessariamente terá de continuar e elevar-se. Uma campanha eleitoral que é igualmente uma oportunidade de alargamento da frente social de contestação e combate à política de direita e de elevação do prestígio do Partido entre as massas.
A DORL avaliou os nomes propostos pelo Partido a integrar a lista da CDU no círculo eleitoral de Lisboa e anuncia a sua apresentação no próxima Terça-feira, dia 21 de Junho, às 18h no Miradouro de S. Pedro de Alcântara.
5. O reforço da organização do Partido nas suas componentes orgânica, política, ideológica e financeira é uma tarefa permanente e exigente. As conclusões da VIII Assembleia da ORL assumem, por isso, uma importância central.
6. A realização da Festa do Avante! exige o maior empenho das organizações e militantes do Partido nesta fase, empenho especialmente concentrado na sua divulgação, na venda das EP e participação nas jornadas de trabalho.
7. Num momento da História em que a imposição do medo, do desânimo e da resignação são armas diárias do capital contra os trabalhadores e o povo, a DORL do PCP realça o exemplo dos homens e mulheres, da juventude, da classe operária, dos democratas e patriotas que não se deixam abater e lutam em todas as circunstâncias. A iniciativa do passado dia 4 de Julho assinalando com 70 bandeiras do PCP os 70 anos do assassinato de Alfredo Diniz, o “camarada Alex”, pela PIDE, assumiu por isso um importante momento de homenagem aos que no passado, no presente e no futuro assumiram, assumem e assumirão essa gloriosa intervenção.
10 de Julho de 2015
A DORL do PCP